PATOLOGIAS DE PINTURAS
LUANA CORREIA ESTÁCIO
RENATA PINHEIRO
RESUMO
A
aparência de uma edificação pública é fundamental para uma linguagem pública
que caracterize seu uso e função reforçando o estado de conservação e
manutenção empregado pela administração pública. Neste aspecto o sistema de
pintura de uma edificação tem especial relevância. O estado e as patologias
encontrados na pintura de um edifício assumem causas diversas que denotam tanto
a conservação e manutenção como problemas mais profundos no sistema construtivo
como um todo. Percebe-se que a pintura não tem função apenas decorativa, mas,
de proteção e manutenção da estrutura do edifício, sendo seu processo executivo
de grande relevância no contexto construtivo. O estudo proposto sugere um
aprofundamento nas questões referentes aos sistemas de pintura de edificações
públicas no caso a Escola Municipal Adelaide Tavares de Macedo, analisando as
patologias, técnicas executivas envolvidas e as soluções e recomendações
possíveis que permitam o estabelecimento de critérios técnicos visando à redução
de problema construtiva e consequentemente o aumento da vida útil da edificação
e requalificação do edifício onde funciona a escola Municipal.
Palavras
– chave: Patologias, pinturas.
INTRODUÇÃO
Ao contrário do que possa parecer, a execução
de pinturas em edificações é uma operação de grande importância. Além da função meramente decorativa a pintura
exerce influência no desempenho e durabilidade das edificações. Tem a
capacidade de controlar a luminosidade, isolar termicamente, proteger os
revestimentos de argamassa contra o esfarelamento e penetração da umidade e
ainda inibir o desenvolvimento de fungos e bolores. A tinta pode reduzir muito os problemas causados no prédio onde
funciona a escola Municipal Professora Adelaide Tavares de Macedo aumentando
sua vida útil. Diante disso, pode-se entender o processo como uma camada de
acabamento de revestimento cujas principais funções são: proteção e decoração.
Através da compreensão destas duas funções relacionadas uma à outra, a correta
adoção do sistema de pintura deve levar em consideração os pressupostos
estéticos e suas características técnicas e funcionais.
Objetivo
Este trabalho é voltado para estudo de um caso patológico real, e os objetivos principais são elaborar o diagnóstico e consequentemente um prognóstico e ou recuperação da patologia. No presente trabalho será estudado o caso de Escola Municipal, a mesma possui em torno 300m2 construída em alvenaria, situado no endereço, Rua 10 numero 63, conjunto Vila Municipal, Bairro Adrianópolis, CEP: 69057-780 , na cidade de Manaus AM, Zona Centro Sul, setor 6, UES: Macrounidade – Centro, Diretrizes p/ intensidade de ocupação – Verticalização,Coeficiente Máximo de Aproveitamento do Terreno – 4,8, Gabarito Máximo da Edificação – 12, Taxa de Ocupação Máxima – 50%, Afastamento Mínimo Frontal de Fundos – 0,2 x H, Afastamento Mínimo Laterais – 0,25 x H, Corredor Urbano- Boulevard Amazonas; Darcy Vargas.
ESCOLA MUNICIPAL PROFESSORA ADELAIDE TAVARES DE
MACEDO
O estudo de caso foi realizado em uma escola da rede
municipal de ensino onde existem algumas manifestações patológicas que envolvem
a pintura, cujo objetivo é analisa-las e propor possíveis soluções aos
problemas encontrados. Atualmente
onde a escola funciona é em um prédio particular alugado para a prefeitura, o
ensino é 1 a 5 serie, funcionando pela parte da manha e tarde. Escolhe-se a
escola por se tratar de uma edificação que possui algumas peculiaridades em
relação ao tema abordado.
A construção do prédio não se sabe, área construída de 300m2
conta
com 6 salas de aulas, 2 salas administrativas, banheiros e um pátio.
No
que diz respeito às manifestações patológicas, apresenta-se um tanto desgastada
pelo tempo, bastante suja pelo uso intenso, e com algumas imperfeições no
substrato, e apresenta, em alguns pontos, manchas devido à infiltração de água
na cobertura, e apresentam, entretanto, patologias mais intensas como: bolor ou
mofo, descascamentos, eflorescências, etc
Vistoria
- A fachada apresenta intensas patologias de pinturas de descascamento e manhas escuras proveniente de mofo.
- O pátio apresenta bolhas, fissuras, e umidade danificando a pintura e o reboco.
- Nas salas de aulas a pintura esta bastante comprometida apresentando eflorescência, bolor, fissuras, desagregamento e saponificação.
Anamnese
- O projeto estrutural e arquitetônico não se obteve informação de quem foi o responsável técnico e o responsável técnico da execução por se tratar de um prédio antigo.
- Não obtivemos acesso aos projetos, sabemos apenas que o local funciona uma escola municipal e que o prédio é alugado.
Diagnóstico
Os materiais utilizados na obra do prédio foram
principalmente argamassas, tijolos, concreto, que apresentam porosidade
relativamente elevada, possibilitando o aparecimento de infiltrações de água e
umidade nas construções.
Para
as patologias identificadas no colégio podemos determinar algumas questões
relevantes em relação às prováveis causas. Um conjunto de fatores é determinante
neste caso, dentre eles, como mencionado anteriormente pode-se citar a falta de
manutenção aliado ao preparo inadequado da superfície, além de uma série de
fatores pontuais para cada caso.
Descascamento da pintura em uma das salas de
aula
Fonte: Luana e Renata
O exemplo de descascamento demonstrado na figura
pode ter decorrido em consequência da diluição inadequada da tinta quando da
primeira demão sobre o reboco, ou ainda o excesso de poeira na superfície que
não foi devidamente limpa quando da pintura.
Manchas
de mofo no muro interno com colégio
Fonte:
Luana e Renata
As manchas de mofo sobre a superfície pintada
indicado na figura caracterizam a presença de umidade e local apropriado para
proliferação deste tipo de patologia. Este problema, no caso do colégio em
estudo, manifesta-se principalmente em áreas externas, onde as condições de
umidade são favoráveis para proliferação do mofo.
As bolhas são provenientes ou da falta de limpeza da
superfície a ser pintada, eliminando a poeira residual que resulta do lixamento
da massa, ou quando a tinta de acabamento umedece a película da pintura
anterior, provavelmente de má qualidade, ou ainda a aplicação inadequada de
massa corrida, ou seja, o uso de massa corrida interna (PVA) em áreas externas,
onde deveria ser feito uso de massa acrílica.
O que levou o esse
problema é complexo chegar a uma conclusão, pois pode ser problema no produto,
erro de execução, falta de um projeto de impermeabilização, entre outros. E
para chegar a uma conclusão deveria fazer uma reforma no prédio, mas o dono do
prédio e nem a prefeitura tem interesses a reformar.
Prognóstico
Prognóstico
A recuperação das patologias encontradas no colégio Adelaide
Tavares de Macedo consiste em: No caso de descascamentos e bolhas é necessária à
raspagem da superfície até a eliminação total das partes soltas, seguido da
aplicação de fundo preparador de paredes, correção das imperfeições com massa
corrida ou massa acrílica, dependendo do caso, e aplicação da tinta de
acabamento; às manchas de mofo recomenda-se lavar bem a superfície com o uso de
escova e água sanitária para posterior pintura da parte afetada; no caso de
bolhas; as crateras são corrigidas pela remoção de toda tinta aplicada na área
e limpeza com aguarrás para eliminar vestígios de removedor, seguido da pintura
de acabamento sobre a superfície.
Em todos os casos é importante seguir a recomendação
do fabricante quanto à diluição e numero de demãos a serem aplicadas e também
adotar as recomendações da NBR 13245 quanto aos procedimentos de preparação do substrato
e aplicação da pintura.
Algumas medidas deveriam ser tomadas nos
procedimentos de pintura com o intuito de evitar futuras manifestações patológicas.
Percebe-se que em boa parte da pintura, principalmente na área externa, não foi
dada atenção necessária ao tratamento do substrato. As imperfeições do reboco
deveriam ser corrigidas com massa corrida, e imperfeições mais profundas
necessitariam de um retoque com argamassa antes do procedimento de pintura,
conforme recomenda a NBR 13245 (1996).
Fotos do Colégio Municipal Tavares de Macedo
Fachada do Prédio
onde funciona a escola
Fonte: Luana e Renata
Fachada do Prédio
onde funciona a escola
Fonte: Luana e Renata
Muro
da fachada com desagregação e bolor parte superior.
Fonte: Luana e Renata
Muro da fachada com desagregação e bolor parte
inferior.
Fonte: Luana e Renata
Porta principal da escola com eflorescência
Fonte:
Luana e Renata
Parede Externa do pátio com desagregação, manhas e
saponificação. Fonte: Luana e Renata
Parede interna do pátio suja, com manchas e trincas.
Fonte: Luana e Renata
Área do bebedouro com varias
manifestações de patologias,
saponificação, descascamento, eflorescência, e
outras.
Fonte: Luana e Renata
Parede interna da sala de aula com bolor, bolhas
e eflorescência.
Fonte: Luana e Renata
Sala de aula com diversas manifestações de patologias na pintura.
Fonte: Luana
e Renata
Pátio onde ocorrem as
aulas de informática com intensas
patologias de pintura. Fonte: Luana e Renata
CONCLUSÃO
Através dos estudos de caso analisados neste trabalho,
observou-se que as principais manifestações patológicas nos sistemas de pintura
têm suas origens principalmente, no planejamento e na execução das atividades.
No caso específico de pinturas, percebe-se que as
patologias podem ser evitadas por ações anteriores à pintura propriamente dita,
ou seja, havendo postura adequada na tomada de decisão quanto ao tratamento da
superfície e adequação ao sistema de pintura a ser empregado, tendo ainda, como
relevante à função de proteção de uma tinta, ou de um sistema, boa parte das
manifestações patológicas seriam evitadas. Então, no planejamento de uma
edificação é necessário, portanto, definir medidas preventivas e não medidas de
recuperação, pois, neste caso admite-se de antemão a incidências de patologias
que o dono em a prefeitura toma partido para corrigi-las.
A escola funciona normalmente, infelizmente as
condições de estudo é ruim, pois o prédio não tem estruturas para uma escola e possui
intensas patologias.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
·
Plano diretor
· Associação
Brasileira de Normas Técnicas. NBR
13245: Execução de pinturas em edificações não industriais.
·
Associação Brasileira De Normas
Técnicas. NBR 11702: Tintas para edificações não industriais.
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